terça-feira, 18 de maio de 2010

Chuva de lembranças...


Chove a cântaros lá fora...embora eu esteja protegido da chuva,meu rosto está encharcado.Lágrimas teimam em escorrer pela minha face...Se fui poeira um dia,hoje não sou mais,pois poeira transforma-se em lama ao contato com a água.Sinto um leve toque em meu ombro...é uma goteira,estou embaixo dela.Recuo um pouco a poltrona e vislumbro a chuva na rua.Pessoas passam correndo,umas com guarda-chuva,outras tentando se proteger como podem.Minha fuga é do mundo lá fora,mas ele adentra minha casa em forma de lembranças e desgraças do passado.Alguém diria nesta hora:Como se lamenta essa criatura!.Mas ela não está na minha pele para saber o que se passou comigo.Nem mesmo vivenciou o mundo em que eu me criei.Portanto que ela cale e pense mil vezes antes de tecer qualquer comentário.A água agora está entrando em minha casa...vou deixar que ela entre,nem mesmo vou me mexer daqui.Vou esperar! nada tenho a temer.Minhas lágrimas formam um rio d'água,onde minha mente naufraga.Já não sinto a solidão...sou água que escorre morro abaixo.Só restarão destroços no final da ribanceira.Não retornei ao pó,triste ironia...me tornei lama.

Tony Anders

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